A área de tecnologia, especialmente tecnologia da informação, tem sido um ponto de atrito da China com os EUA e países europeus
Durante sua visita à China nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva firmou mais de 15 parcerias com o governo chinês. Essas colaborações envolvem a criação de um novo satélite de vigilância, bem como a inovação tecnológica em diversos campos, como semicondutores, 5G, internet das coisas e segurança cibernética, entre outros aspectos.

No âmbito da tecnologia, particularmente da tecnologia da informação, a China tem enfrentado resistência dos EUA e de países europeus, que questionam a segurança cibernética dos produtos fabricados no país asiático e têm barrado a entrada de produtos chineses em seus mercados.
No entanto, o Brasil busca atrair investimentos chineses nessas áreas, apesar das preocupações dos norte-americanos, que já pressionaram o país a restringir a ação dos chineses no Brasil. Em uma entrevista à Reuters, Celso Amorim, assessor especial da Presidência, afirmou que o Brasil não pretende vetar a instalação de uma fábrica chinesa de semicondutores, por exemplo, e está interessado em colaborar com os chineses no desenvolvimento dessa tecnologia.
Os memorandos de entendimento são uma fase exploratória para o que pode vir a ser, no futuro, uma cooperação de fato. Nesse momento, os dois países irão “explorar mecanismos para promover a cooperação bilateral em pesquisa científica, tecnológica e inovação industrial.”
“Para alcançar os objetivos definidos acima, as partes podem usar os seguintes meios: atividades conjuntas de pesquisa e desenvolvimento entre instituições dos setores público, privado e acadêmico do Brasil e da China”, diz o texto, que inclui ainda visitas de delegações científicas, intercâmbio de cientistas e especialistas e organizações de seminários, entre outros.
Na quinta-feira, Lula visitou, em Xangai, os escritórios da gigante das telecomunicações Huawei e assistiu demonstrações de soluções tecnológicas da empresa, incluindo realidade virtual.
Os memorandos assinados incluem ainda um acordo de melhoria de ambiente comercial, com medidas para derrubar tarifas não comerciais. Um grupo de trabalho será criado para “explorar o potencial de crescimento do comércio” entre os dois países e “evitar barreiras desnecessárias”.
A China é hoje o primeiro maior parceiro comercial do Brasil, importando especialmente soja, carne e petróleo.
Fonte: Infomoney
0 Comments